quarta-feira, 27 de junho de 2007

Rico x Pobre

Desde sábado, 23 de junho, o dia em que a cidadã Sirlei Dias foi espancada, que os jornais exibem fotos de seus agressores. Este é mais um assunto que rola por dias, pois é algo que desperta a indignação dos brasileiros. Hoje, no jornal da manhã, vi a declaração de um promotor onde ele dizia que eles por terem tido todo o tipo de oportunidade, como cursos caros, viagens ao exterior e etc, deveriam obrigatoriamente ser mais educados e por este motivo eles devem ser punidos com medidas mais severas. Hora, o que aconteceu foi um crime ou outra coisa? Convém indiciar e puni-los pelo crime que cometeram e não abrandar ou aumentar a punição por eles serem dessa ou daquela classe.
O povo está se revoltando contra o povo e isso está virando uma guerra de classes. Se ele é pobre e comete um crime é marginal, se é rico e comete um crime é playboy. Diga-se rico nesse nosso Brasil aquele que ganha mais que você e tenha algo que não tens. Diga-se pobre nesse nosso Brasil aquele que ganha menos que você e não tem o que tens. Eu vejo o pobre aquele que passa necessidade e rico aquele que tem mais do que precisa. Eu, classe média, denominação imposta e não adquirida, fico onde nessa “guerra”?
Lá na minha primeira frase chamei Sirlei de cidadã, por que é assim que a vejo e não uma empregada domestica como querem deixar bem claro os jornais dizendo “A EMPREGADA DOMÉSTICA Sirlei Dias” e não “Sirlei dias que é empregada doméstica”. Ela antes de tudo é Sirlei e ponto. Isso deixa claro que todos somos preconceituosos em relação ao próximo, pois se ele não é igual a você está no mínimo errado.
Essas “crianças”, como se referiu o pai de um dos acusados, já deixaram de ser desde o momento em que por simples vontade espancaram uma mulher por acharem que ela seria uma prostituta. Se eles não sabem e seus pais nunca explicaram, prostituição não é crime no Brasil. Crime é a exploração da prostituição.
Certo está o pai de Sirlei, que em poucas palavras deu um exemplo de cidadania e idoneidade ao falar dos espancadores de sua filha sem raiva ou ódio, mas sim com educação e senso de justiça. Educação essa que foi passada para sua filha, independente de sua classe, independente de quanto ele ganha, independente da impossibilidade de pagar colégios caros ou dar viagens ao exterior à Sirlei.

2 comentários:

Unknown disse...

É Leo, eu játinha repadado nisso, Até o comentário das pessoas... "Aquela empregada que foi espancada...". E o pior foi dizer que acharam que ela fosse uma prostituta... como se tivessem direito de fazer isso. É molé? Abração!

Anônimo disse...

Antes de mais nada, espero que todos aqueles que leiam esse blog, parém por 5 minutos antes de dormir e ao invés de julgar o que esses rapazes fizeram, julguem a sim mesmo, e vejam onde erraram hoje, para reparar o erro e acertar amanhã.

Com relação a matéria, isso só prova que estamos perdendo os valores morais, e a capacidade de raciocínio. Como diz Divaldo Franco: O que aconteceu com a criatura humana? Tantos milênios de ciências, 6.700 anos de ética de cultura, de civilização e uma colheita tão parca de paz, as mãos vazias de amor, a grande solidão.

Sobre esse caso, eu tenho uma certaza. Um dia o retratamento à Sirlei, será dados por esses rapazes.